Afonso de Almeida e Castro, nascido em 1925, é atualmente o mais antigo construtor de máscaras de Lazarim. Tal como muitas das pessoas que habitam as aldeias do interior do país, dedicou-se fundamentalmente à agricultura, ainda que tenha sido pescador durante os tempos passados no Brasil, de 1950 a 1971. Conta-nos que fez a primeira máscara em 1940, mas só depois de regressar do Brasil começou a construir máscaras regularmente, tornando-se rapidamente reconhecido pelo seu trabalho. No Entrudo de 1950, atreveu-se a passear na aldeia com a cara tapada e vestindo uma roupa preta, o que resultou na sua detenção pela PIDE, já que algumas das práticas associadas ao Carnaval eram proibidas em Lazarim durante o Estado Novo.
Afonso Castro é uma figura fundamental no relançamento do Carnaval “tradicional” de Lazarim que ocorreu ao longo da década de 80. Terá sido através dele que a máscara de madeira sem cor – símbolo atual de Lazarim – se vulgarizou, uma vez que os relatos mais antigos dão conta de máscaras de renda, tecidos ou outros materiais improvisados. É considerado por vários artesãos como um mestre na construção de máscaras em madeira, sendo unanimemente reconhecida a importância do seu papel no Carnaval local.
AFONSO DE ALMEIDA E CASTRO
Construtor de máscaras, Lazarim, Lamego